Manifestantes em frente à sede do Parlamento grego em Atenas |
A
crise da Grécia é resultado do endividamento público, que se aprofundou
em razão da crise financeira mundial: sua dívida é maior que o próprio
PIB (Produto Interno Bruto), a soma de tudo que um país produz. É a
mesma situação que enfrenta um cidadão comum que já gastou todo o
salário e recorre a todos os limites de cartão de crédito e de cheque
especial: ele fica sem ter de onde tirar recursos para quitar todas as
suas dívidas.
Em 2009, segundo estimativas, o país acumulou uma dívida de R$ 704
bilhões (300 bilhões de euros). Ou seja, fechou o ano devendo mais do
que gerou de riquezas - em 2009, o PIB grego chegou a cerca de R$ 600
bilhões (255,3 bilhões de euros), segundo dados do CIA World Factbook
(compilação de dados feita pela Agência Central de Inteligência dos
EUA). A dívida pública de um país é composta pelos empréstimos tomados
pelo governo que ainda precisam ser pagos.
Como membro da zona do euro, a Grécia vinha sendo cobrada para
controlar suas finanças, mas continuou a emitir papéis de dívida e a se
envolver mais em ganhos no mercado financeiro, apoiada na credibilidade
da zona do euro junto a investidores estrangeiros.
Com a crise que abalou a economia mundial, o país passou a enfrentar
problemas para arrecadar impostos, uma vez que empresas começaram a
quebrar, o desemprego aumentou e o consumo caiu. Com isso o chamado
déficit (quando mais dinheiro sai do que entra) no Orçamento do país
cresceu, e a capacidade de pagar seus credores ficou comprometida.
Nesse
cenário entram o FMI (Fundo Monetário Internacional) e a UE (União
Europeia): o primeiro porque tem a missão de ajudar países com
dificuldades de pagar suas dívidas - em geral exigindo em troca medidas
como cortes de gastos públicos e aumentos de impostos. Medidas assim são
extremamente impopulares, como mostram as séries de greves na Grécia
nos últimos meses contra as ações do governo para sanear as contas.
Outro problema que a presença do FMI coloca é o efeito sobre a
confiança dos investidores no país a ser ajudado: países nessa condição
costumam ser vistos com cautela, o que resulta em cobranças de juros
maiores em empréstimos, dificultando ainda mais a situação.
O segundo porque o rombo nas contas da Grécia pode comprometer outros
países com situação financeira frágil e fortemente abalados pela crise
global - como Portugal, Espanha e Irlanda.
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