domingo, julho 10, 2011


G3 - A crise na Grécia

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Margarita Kiau/EFE
Manifestantes em frente à sede do Parlamento grego em Atenas

A crise da Grécia é resultado do endividamento público, que se aprofundou em razão da crise financeira mundial: sua dívida é maior que o próprio PIB (Produto Interno Bruto), a soma de tudo que um país produz. É a mesma situação que enfrenta um cidadão comum que já gastou todo o salário e recorre a todos os limites de cartão de crédito e de cheque especial: ele fica sem ter de onde tirar recursos para quitar todas as suas dívidas.

Em 2009, segundo estimativas, o país acumulou uma dívida de R$ 704 bilhões (300 bilhões de euros). Ou seja, fechou o ano devendo mais do que gerou de riquezas - em 2009, o PIB grego chegou a cerca de R$ 600 bilhões (255,3 bilhões de euros), segundo dados do CIA World Factbook (compilação de dados feita pela Agência Central de Inteligência dos EUA). A dívida pública de um país é composta pelos empréstimos tomados pelo governo que ainda precisam ser pagos.

Como membro da zona do euro, a Grécia vinha sendo cobrada para controlar suas finanças, mas continuou a emitir papéis de dívida e a se envolver mais em ganhos no mercado financeiro, apoiada na credibilidade da zona do euro junto a investidores estrangeiros.

Com a crise que abalou a economia mundial, o país passou a enfrentar problemas para arrecadar impostos, uma vez que empresas começaram a quebrar, o desemprego aumentou e o consumo caiu. Com isso o chamado déficit (quando mais dinheiro sai do que entra) no Orçamento do país cresceu, e a capacidade de pagar seus credores ficou comprometida.

Nesse cenário entram o FMI (Fundo Monetário Internacional) e a UE (União Europeia): o primeiro porque tem a missão de ajudar países com dificuldades de pagar suas dívidas - em geral exigindo em troca medidas como cortes de gastos públicos e aumentos de impostos. Medidas assim são extremamente impopulares, como mostram as séries de greves na Grécia nos últimos meses contra as ações do governo para sanear as contas.

Outro problema que a presença do FMI coloca é o efeito sobre a confiança dos investidores no país a ser ajudado: países nessa condição costumam ser vistos com cautela, o que resulta em cobranças de juros maiores em empréstimos, dificultando ainda mais a situação.

O segundo porque o rombo nas contas da Grécia pode comprometer outros países com situação financeira frágil e fortemente abalados pela crise global - como Portugal, Espanha e Irlanda.

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